Catadora de papel e
favelada. Carolina não correspondia ao perfil tradicional de
escritor. Pelo menos até aquela época. A autora chegou a vender mais de 1 milhão de exemplares com o livro "Quarto de despejo: Diário de uma favelada" (Editora Francisco Alves). Mesmo depois da sua morte, em 1977, ainda existem 37 cadernos inéditos com suas poesias e crônicas.
Uma degustação do seu belo trabalho:
Meu
Avô
Quando
estava contente, cantava:
Cuidado
com esta negra!
Que esta negra vai contá.
Cuidado que esta negra
É puxa-saco da sinhá.
Que esta negra vai contá.
Cuidado que esta negra
É puxa-saco da sinhá.
Cuidado
com esta negra
Que esta negra já contô.
Cuidado que esta negra
É puxa-saco do sinhô.
Que esta negra já contô.
Cuidado que esta negra
É puxa-saco do sinhô.
Esta
negra é caçambeira.
Gosta só de espioná.
Esta negra é faladeira
E conta tudo pra sinhá.
Gosta só de espioná.
Esta negra é faladeira
E conta tudo pra sinhá.
Esta
negra é perigosa!
Tudo que vê ela fala,
E a sinhá fica nervosa
E nos prendem na senzala.
Tudo que vê ela fala,
E a sinhá fica nervosa
E nos prendem na senzala.
JESUS,
Carolina Maria de. Antologia pessoal.Organização de José
Carlos Sebe Bom Meihy. Revisão de Armando Freitas Filho. Rio de
Janeiro: UFRJ, 1996. p. 157
Leia
a história completa de Carolina Maria de Jesus, acesse:
http://migre.me/92DK6
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